13.4.09

Como assim, esquecer?

Simplesmente adorei a edição de ontem do Fantástico. Acho a pauta do programa fútil e ultrapassada faz tempo, mas achei a edição de ontem ótima. A parte esportiva tá muito bem comandada pelo Tadeu Schimidt, a Globo comprando os especiais da NBC, etc. Só que o que mais chamou a atenção foi a reportagem sobre a memória.
Você estaria pronto para abrir mão das tristezas, dos maus momentos? Lembra aquela vez que você caiu feio quando era criança? As cicatrizes continuam vivas na testa e no seu hipotálamo esquerdo (?). Naquele dia, você aprendeu que não podia subir no muro olhando tanto para o chão.
Enfim, você teria como aprender isso de outra forma? Como você aprenderia que sair por aí de carro com umas pingas a mais nas costas pode trazer sérias consequências? Só tem uma forma de aprender, meu amigo: errando, se fudendo, tomando nas costas. O aprendizado é baseado na dor. Sem a dor, e sem as lembranças da dor, você viveria batendo a cabeça na parede. Até por que você não se lembraria dos galos, dos hematomas e muito menos das aspirinas. Aliás, nessas férias, li uma superinteressante que eu comprei num balaião que falava das pessoas que sentiam dores extremas, o tempo todo, e as que nunca sentiam dor, eram blindadas a dor.
Imagina perder todos aqueles anos de dor que só a adolescência pode nos trazer? A adolescência traz a dor mais importante, e você aprende com isso. É condicionamento. Somos, na verdade, como grandes ratões, só aprendemos através da dor, da repetição. É cagada em cima de cagada, mas e daí? As lembranças estão aí para ensinar alguma coisa. Vale recorrer ao seu arquivo de experiências para consultar se fazer alguma coisa é certo ou não. Imagina perder tudo isso?
Não é uma apologia à dor das lembranças, mas algumas estão aí pra ensinar mesmo. Não vale a pena abrir mão disso e esquecer tudo. Pelo menos é um lado "poliana" de ver a vida. Só aprendi que não posso colocar a mão no ferro de passar por que um dia eu já coloquei. E já fiz coisa pior, como discutir com colegas por e-mail, fazer trabalho com aquele dolega que nunca faz porra nenhuma e coloquei uma pedra dentro do meu nariz. Esse último, deixa pra lá. Longa história.

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