28.4.09

Sutiã e sabão em pó

Já reparou que as mulheres ficaram ainda mais complexas com o tempo? Sim, há algumas décadas atrás, quando o sutiã ainda era derivado de animal, a coisa era simples: você queria um sutiã. Hoje, tem uma infinidade de tamanhos. Tem para a circunferência das suas costas, para o tamanho dos seios. Ah, ainda pode ser sem costura, ou até com costura reforçada para as mais peitudas. Pode ser de tecido so-soft ou de um tecido mais resistente e pinicante do mesmo jeito. Tem circunferência tamanho 38 e peitão? Sem problemas. Tem até adesivo para disfarçar! Inventaram também aqueles sutiãs de silicone que aderem à pele da mulher. Não aparece nada. As alcinhas de silicone você pode aposentar, inclusive elas já são passíveis de mudança. Tem alcinhas de tudo quanto é tipo. Às vezes pra aparecer mesmo. Tem uma variedade infindável de opções. A tendência é que elas aumentem. Ou não.

Essa complicação - ou segmentação, ou customização, ou o diabo a quatro - é facilmente explicada pelo marketing. Chega pertinho do consumidor e oferece, ao pédo ouvido, um serviço ou um produto altamente customizado. Não adianta mais anunciar em TV, revista, jornal. Acabou, já era. Ele quer papinho de vendedor, mas sem aquele hard-sell. A coisa se complicou.

Quer comprar sabão em pó? Quer manter as cores ou deixar a roupa mais macia? Ah, o perfume é mais importante? É pra usar na máquina? Quer um com amaciante? Pode ser também um da nova onda, o orgânico. Tem ainda aquele que não é testado em animais - não duvide, muitos consumidores se importam seriamente com isso. E deixam de comprar! - Tem também aquele que lava mais branco. Chega uma hora em que o consumidor cansa de tudo isso. Ainda não se sabe quando essa hora chega, mas aposto que chega. Ainda vou me deparar com um consumidor enlouquecido gritando com as prateleiras de sabão em pó que só quer alguma coisa que lave as roupas. Pronto, sem complicações.

Quando o menos vai voltar a ser mais? Só não abro mão do sutiã com largura 40 e tamanho 42.

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